As distribuidoras de energia são responsáveis por transportar e distribuir a energia gerada pelas usinas para a população, garantindo que ela chegue aos consumidores de forma regular e segura. No entanto, a distribuição de energia pode ser acompanhada por diversos indicadores, entre eles as perdas e a inadimplência. Com isso, hoje, as distribuidoras de energia estão investindo em tecnologias para reduzir as perdas e a inadimplência. Elas estão usando sistemas de monitoramento avançados, como o sistema de controle de perdas de energia e o sistema de controle de inadimplência, que identificam problemas de perdas e inadimplência e fornecem informações para que as distribuidoras possam tomar medidas para corrigi-los.
Além disso, as distribuidoras de energia têm adotado medidas para evitar a inadimplência e prevenir perdas ao longo da cadeia de suprimento. Algumas dessas medidas incluem: aprimoramento da gestão de risco, desenvolvimento de sistemas de monitoramento de pagamentos, implementação de medidas de prevenção de fraude, melhoria da eficiência da cobrança, melhor gestão dos contratos de fornecimento de energia, desenvolvimento de programas de educação para o consumidor e aperfeiçoamento das políticas de atendimento ao cliente. As distribuidoras também têm apostado em tecnologias para otimizar o processo de cobrança, melhorar os sistemas de monitoramento de pagamentos e desenvolver soluções de inteligência.
Inadimplência
A Associação Brasileira de Distribuidores de Energia Elétrica (Abradee) computa mensalmente os dados de inadimplência de 39 distribuidoras, que representam mais de 92% dos consumidores no Brasil. E entre o período de 2019 e 2022, a média da inadimplência do setor foi de 3,60%. Em 2019 essa média foi de 3,30%, passando para 4,51% em 2020, 3,63% em 2021 e em 2022 caiu para 2,68%. Os dados compreendem a série histórica entre jan/19 a nov/22.
Agora quando olhamos para os dados mês a mês, verificamos que em abril de 2020 a inadimplência teve o mais alto patamar da série histórica, alcançando 11,49%, em virtude das incertezas trazidas pela pandemia da COVID-19.
Segundo a Abradee, ao comparamos o comportamento da inadimplência antes, durante e pós período da pandemia COVID-19, verificamos que de jan/19 a fev/20 a média era de 3,65%, já durante o período pandêmico mar/20 a dez/21 a média saltou para 3,92% e pós período pandemia a média caiu para 2,68% a partir de jan/22.
Já os dados da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) mostram que em 2019 o índice de inadimplência ficou em 1,80% e nos últimos 60 dias apresentou 2,78%.
Perdas
A Aneel destacou à Agência CanalEnergia que as 10 distribuidoras com maiores montantes de perdas respondem por 68,3% das perdas não técnicas do país (apenas Light e Amazonas Energia, 31%). Ainda segundo a Aneel, as perdas totais sobre a energia injetada representam cerca de 14% do mercado consumidor. Em montantes de energia, as perdas técnicas na distribuição corresponderam a cerca de 40,40 TWh e as perdas não técnicas 34,66 TWh só no ano de 2021.
A Celesc Distribuição afirmou que possui valores relativamente baixos de perdas técnicas e não técnicas quando comparada ao cenário nacional. Além disso, a distribuidora está sujeita a indicadores calculados pela Aneel, as chamadas perdas regulatórias, que também tem segregação em técnicas e não técnicas.
Com isso, as perdas globais (técnicas e não técnicas) da companhia encontravam-se acima dos limites regulatórios até o ano de 2021 e a partir de 2022, com significativos avanços durante o processo de revisão tarifária (agosto de 2021), assim como retornos obtidos dos investimentos realizados nos ciclos anteriores, a distribuidora encerrou o último ano com o valor aproximado de R$ 69,5 milhões abaixo do limite regulatório, sendo a ampla maioria observada na cobertura sobre as perdas não técnicas.
De acordo com a companhia, a redução de perdas técnicas depende fundamentalmente da capacidade da empresa em realizar seu plano de investimentos na expansão do sistema elétrico. Tendo isso em vista, está previsto para o ano de 2023 um capex em sistema elétrico da ordem de R$ 740 milhões, o que poderá trazer ganhos na redução de perdas técnicas do sistema elétrico de atendimento ao mercado de Santa Catarina.
As distribuidoras de energia são responsáveis por transportar e distribuir a energia gerada pelas usinas para a população, garantindo que ela chegue aos consumidores de forma regular e segura. No entanto, a distribuição de energia pode ser acompanhada por diversos indicadores, entre eles as perdas e a inadimplência. Com isso, hoje, as distribuidoras de energia estão investindo em tecnologias para reduzir as perdas e a inadimplência. Elas estão usando sistemas de monitoramento avançados, como o sistema de controle de perdas de energia e o sistema de controle de inadimplência, que identificam problemas de perdas e inadimplência e fornecem informações para que as distribuidoras possam tomar medidas para corrigi-los.
Além disso, as distribuidoras de energia têm adotado medidas para evitar a inadimplência e prevenir perdas ao longo da cadeia de suprimento. Algumas dessas medidas incluem: aprimoramento da gestão de risco, desenvolvimento de sistemas de monitoramento de pagamentos, implementação de medidas de prevenção de fraude, melhoria da eficiência da cobrança, melhor gestão dos contratos de fornecimento de energia, desenvolvimento de programas de educação para o consumidor e aperfeiçoamento das políticas de atendimento ao cliente. As distribuidoras também têm apostado em tecnologias para otimizar o processo de cobrança, melhorar os sistemas de monitoramento de pagamentos e desenvolver soluções de inteligência.
Inadimplência
A Associação Brasileira de Distribuidores de Energia Elétrica (Abradee) computa mensalmente os dados de inadimplência de 39 distribuidoras, que representam mais de 92% dos consumidores no Brasil. E entre o período de 2019 e 2022, a média da inadimplência do setor foi de 3,60%. Em 2019 essa média foi de 3,30%, passando para 4,51% em 2020, 3,63% em 2021 e em 2022 caiu para 2,68%. Os dados compreendem a série histórica entre jan/19 a nov/22.
Inadimplência das Distribuidoras por Ano (2019-2022)
Agora quando olhamos para os dados mês a mês, verificamos que em abril de 2020 a inadimplência teve o mais alto patamar da série histórica, alcançando 11,49%, em virtude das incertezas trazidas pela pandemia da COVID-19.
Inadimplência das Distribuidoras por Mês a Mês (2019-2022)
Segundo a Abradee, ao comparamos o comportamento da inadimplência antes, durante e pós período da pandemia COVID-19, verificamos que de jan/19 a fev/20 a média era de 3,65%, já durante o período pandêmico mar/20 a dez/21 a média saltou para 3,92% e pós período pandemia a média caiu para 2,68% a partir de jan/22.
Inadimplência das Distribuidoras período pré, durante e pós COVID-19
Já os dados da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) mostram que em 2019 o índice de inadimplência ficou em 1,80% e nos últimos 60 dias apresentou 2,78%.
Perdas
A Aneel destacou à Agência CanalEnergia que as 10 distribuidoras com maiores montantes de perdas respondem por 68,3% das perdas não técnicas do país (apenas Light e Amazonas Energia, 31%). Ainda segundo a Aneel, as perdas totais sobre a energia injetada representam cerca de 14% do mercado consumidor. Em montantes de energia, as perdas técnicas na distribuição corresponderam a cerca de 40,40 TWh e as perdas não técnicas 34,66 TWh só no ano de 2021.
A Celesc Distribuição afirmou que possui valores relativamente baixos de perdas técnicas e não técnicas quando comparada ao cenário nacional. Além disso, a distribuidora está sujeita a indicadores calculados pela Aneel, as chamadas perdas regulatórias, que também tem segregação em técnicas e não técnicas.
Com isso, as perdas globais (técnicas e não técnicas) da companhia encontravam-se acima dos limites regulatórios até o ano de 2021 e a partir de 2022, com significativos avanços durante o processo de revisão tarifária (agosto de 2021), assim como retornos obtidos dos investimentos realizados nos ciclos anteriores, a distribuidora encerrou o último ano com o valor aproximado de R$ 69,5 milhões abaixo do limite regulatório, sendo a ampla maioria observada na cobertura sobre as perdas não técnicas.
De acordo com a companhia, a redução de perdas técnicas depende fundamentalmente da capacidade da empresa em realizar seu plano de investimentos na expansão do sistema elétrico. Tendo isso em vista, está previsto para o ano de 2023 um capex em sistema elétrico da ordem de R$ 740 milhões, o que poderá trazer ganhos na redução de perdas técnicas do sistema elétrico de atendimento ao mercado de Santa Catarina.
“A Celesc Distribuição continua aperfeiçoando seus sistemas para melhor apurar e diferenciar as perdas técnicas e as perdas não técnicas, com o objetivo de direcionar seus esforços, investindo no sistema elétrico para reduzir as perdas técnicas, em tecnologia para monitoramento remoto das unidades consumidoras e em inspeções rotineiras nos sistemas de medição para identificação de irregularidades e ligações clandestinas”, disse a companhia à Agência CanalEnergia. E ainda destacou que esse cenário é bastante positivo na perspectiva dos consumidores da Celesc Distribuição, dado que no próximo processo de revisão tarifária (agosto de 2026) o regulador irá capturar esses ganhos, de modo a contribuir para a modicidade tarifária, ou seja, a maior eficiência da distribuidora nos investimentos e no combate às perdas fará com que o consumidor perceba redução na tarifa.
Cenário desafiador
Já a Cemig avaliou o risco de inadimplência de seus clientes, considerando a retração econômica e os impactos remanescentes da crise hídrica de 2021, que elevou as tarifas, e da restrição de suspensão de fornecimento durante a pandemia de Covid-19, que gerou aumento das dívidas de clientes. Diante do cenário desafiador, a companhia adotou várias medidas para proteger a receita e aumentar a arrecadação.
Entre eles, foi intensificado o uso das ferramentas de cobrança, com destaque para SMS, e-mail, carta, negativações e protestos. As ferramentas foram aprimoradas com o uso de dados para ajustar a régua de cobrança e selecionar os melhores alvos. Além disso, houve automatização dos processos – como o de protesto de dívidas, realizado 100% online e sem intervenção humana – destacando o ineditismo da baixa automática da arrecadação. Também pode ser destacada a inclusão do QR Code PIX para pagamento do débito e de coordenadas geográficas para facilitar a localização de clientes rurais no título.
Também foi possível realizar um salto no número de suspensões de fornecimento e retomar a um nível adequado de desligamentos para recuperação da receita. Essa ação foi potencializada pela instalação de centenas de milhares de medidores inteligentes, automatizando a seleção do corte/religa de clientes inadimplentes com envio automático de comandos de forma remota e integrada entre os sistemas comercial (CCS) e o módulo de comunicação dos medidores (MDM).
Vale destacar, ainda, campanhas específicas de negociação com clientes, sensíveis a situação de renda das famílias no contexto da pandemia, e ações individualizadas de cobrança judicial. Além disso, foram intensificadas negociações com grandes clientes, hospitais e poder público, gerando a recuperação de valores expressivos.
Para favorecer a arrecadação e reduzir seus custos, a companhia ampliou modalidades de pagamento, com possibilidade de pagamento via cartão de crédito na negociação de débitos nos canais digitais e diretamente com a equipe de serviços de campo antes da suspenção de fornecimento, além da inclusão do QR Code PIX em todas as faturas. Para alavancar o uso do PIX na arrecadação, foi desenvolvida uma campanha promocional com ampla divulgação, sorteando prêmios para os clientes que usam essa forma de pagamento.
Medidas sistemáticas e acompanhamento contínuo dos resultados realizados em 2022 se mostraram efetivos para proteger a receita da companhia, com a superação das metas de arrecadação e faturamento. Também estão em desenvolvimento projetos para notificação de atraso por WhatsApp e Aplicativo Cemig Atende, além da ampliação da negociação nos canais digitais, principalmente com o uso de inteligência artificial.
“No que diz respeito às suspensões de fornecimento, a estimativa é que sejam realizados 2 milhões de cortes por inadimplemento, sendo 80 mil suspensões remotas pelos medidores inteligentes. As ações de cobrança continuam em ritmo intenso, com 6 milhões de registros de negativação Serasa/SCPC ou protestos em cartórios previstos para este ano, incluindo a negativação de outros tipos de débito além do consumo regular e perdas. As campanhas de negociação e regularização da dívida de Poderes Públicos e Hospitais, com ações de Eficiência Energética, também continuarão neste exercício, assim como os recebimentos por cartão de crédito para inadimplentes (blindagem do crédito) e a ampliação da Tarifa Social”, disse a Cemig à Agência CanalEnergia.
Estão em andamento projetos de machine learning – para a melhoria da seleção de alvos para cada ferramenta de cobrança – e de expansão do aplicativo para arrecadação e negociação de débitos pela equipe de serviços de campo e de Eficiência Energética. Há também a expectativa de recuperação de receita com o Programa Desenrola, que deve ser lançado nos próximos meses pelo Governo Federal.
Combate a fraudes
A Cemig também vem investindo em ações de combate a fraudes. Em 2022, pelo 2º ano consecutivo, as perdas totais da Cemig ficaram abaixo dos limites regulatórios. Esse desempenho positivo é fruto da intensificação das ações de combate às perdas não técnicas, bem como dos investimentos no sistema elétrico que contribuem para controle das perdas técnicas.
A Companhia realizou diversas ações no ano de 2022 para mitigação das perdas na sua área de concessão. Podem ser destacadas: realização de mais de 400 mil inspeções em unidades consumidoras, substituição de mais de 600 mil medidores obsoletos, troca de 235 mil medidores convencionais por medidores inteligentes (projeto AMI) e a regularização de mais de 4 mil ligações clandestinas
“A condição dos consumidores no cenário atual ainda é bastante desafiadora para a Companhia, uma vez que a parcela de perdas não técnicas é fortemente influenciada pela complexidade socioeconômica da área de concessão. Indicadores como taxa de desemprego, inflação, desigualdade (índice de Gini) e os próprios níveis de inadimplência foram comprometidos durante a pandemia do Covid-19 e ainda se encontram em patamares desfavoráveis”, explicou.
Essa condição gera propensão ao surgimento de novos fraudadores e até mesmo reincidência de fraudadores contumazes. Para fazer frente a esse cenário desafiador e manter o bom desempenho em perdas, a Cemig ampliará ainda mais os investimentos nas ações de combate a fraudes em 2023.
Controle de inadimplência
Por outro lado, apesar de um ano desafiador para diversos setores, a CPFL Energia registrou bons resultados em 2022, com um ebitda recorde de R$ 12,3 bilhões e lucro líquido 7,5% maior do que o registrado em 2021. Esses resultados foram reflexo da disciplina mantida pela empresa na gestão de custos e despesas, no controle de inadimplência e na gestão eficiente de caixa, ações que garantiram sem dúvida a saúde financeira da companhia.
“Observando o setor elétrico, percebemos que os índices de inadimplência ainda continuam elevados para a maioria das distribuidoras. Porém, aqui na CPFL conseguimos uma redução de 13% na PDD entre 2021 e 2022, alcançando o indicador de 0,91% do total da receita de fornecimento”, disse o diretor comercial da CPFL Energia, Rafael Lazzareti.
No caso das perdas, a companhia chegou ao patamar de 8,39% em dezembro de 2022, ante 8,71% do ano anterior, reflexo do constante esforço no combate às fraudes. “Para combater as perdas de energia por fraudes e furtos, temos investido em novas tecnologias, entre elas, a caixa blindada de medição com medidores inteligentes, que permitem apenas o acesso de técnicos e eletricistas da CPFL, com gestão de informações, execução de cortes e alarmes à distância”, destacou Lazzareti. Assim, a empresa evita a reincidência da irregularidade com menor número de inspeções presenciais. Em uma segunda frente de investimento, a regularização de clientes clandestinos, com rede elétrica protegida e antifurto. E, por fim, a instalação de conjuntos de medição em grandes clientes. Esses equipamentos funcionam como ponto de faturamento ou como medições auxiliares, permitindo uma gestão em tempo real e isolando a medição para evitar manipulação por parte de comércios e indústrias.
Em 2022, a CPFL investiu R$ 188 milhões em tecnologia e redes antifurtos. Boa parte desse investimento ocorreu no último trimestre do ano, alcançando o maior montante histórico contra furtos e fraudes realizado pelas nossas concessionárias, o que garantirá benefícios a serem colhidos em 2023 e nos próximos anos. Além desse investimento, a empresa continua evoluindo no desenvolvimento de ferramentas de inteligência artificial e sistemas com geração de alarmes para direcionamento de inspeções, o que resulta em maior assertividade das equipes de campo.
“Quando falamos sobre inadimplência, permanecemos atuando em iniciativas para renegociação de dívidas associadas ao corte de energia a fim de minimizarmos os percentuais. Em alguns casos, o cliente pode parcelar sua conta em 18x no cartão de crédito diretamente pela distribuidora”, explicou o diretor comercial da CPFL Energia. Outra ação contínua da CPFL é reforçar junto aos seus clientes a importância do cadastro da tarifa social. Esse é um benefício criado para auxiliar famílias de baixa renda. O desconto é dado de acordo com o consumo mensal de cada família, variando de 10% a 65%, até o limite de consumo de 220 kWh. Em 2022, a quantidade de clientes faturados com a tarifa social de energia na CPFL cresceu 13% em relação ao ano anterior; atualmente, são mais de 740 mil consumidores beneficiados com a tarifa social.
“Essas ações são complementares ao nosso processo de cobrança, que avalia qual é a melhor próxima ação para cada cliente, considerando o melhor retorno esperado. Nesse sentido, realizamos 2,4 milhões de cortes de energia no ano de 2022, que junto com as demais ações de aviso e cobrança, contribuem para o nosso bom resultado de inadimplência”, ressaltou o executivo.
Consumidores
Historicamente, os principais fatores que impactam nos indicadores de perdas e inadimplência da companhia são relacionados ao repasse de custos do sistema elétrico na tarifa do consumidor, como reajustes tarifários e adoção das bandeiras, combinado às condições macroeconômicas de inflação, emprego e renda. De acordo com Lazzareti, no 2º semestre de 2022, a CPFL viu uma melhora da capacidade de pagamento de clientes por conta da adoção da Bandeira Verde a partir do mês de abril e do impacto da Lei Complementar 194 que reduziu o ICMS na conta de energia elétrica. Tais fatores permitiram que parte dos clientes recuperassem sua capacidade de pagamento.
Ele ainda destacou que o controle da inflação bem como a manutenção da bandeira verde na tarifa de energia são fatores que tendem a contribuir para que os consumidores possam manter a adimplência de suas contas recorrentes. “O programa Desenrola, anunciado pelo Governo Federal, pode também contribuir para que os consumidores possam quitar suas pendências conosco, dependendo das condições do programa. No entanto, o retorno do ICMS sobre a TUSD, que traz aumento da conta, bem como os impactos de uma eventual manutenção da desaceleração da economia podem trazer pressões adicionais na gestão da receita, então temos que nos manter mobilizados e com disciplina na execução das ações de combate”, disse.
Para a advogada com ênfase em resolução de disputas e energia do BBL Advogados, Bianca Bez, a questão da perda de energia e da inadimplência de faturas por consumidores requer uma abordagem multifacetada. “Não existe solução única e, talvez, apenas a aplicação de uma em detrimento de outras não surta o efeito de melhoria esperado”, ressaltou.
A advogada ainda destacou que com relação às perdas, que podem ser técnicas ou não técnicas – estando a primeira adstrita ao que é esperado por uma distribuidora e transmissora de energia. “Por exemplo, perda natural de energia em razão do transporte e, a segunda, a eventos não esperados, como os furtos de energia da rede elétrica (famoso “gato”) – podemos refletir sobre alguns mecanismos de mitigação: a melhora da infraestrutura de energia”, explicou. De maneira geral, a infraestrutura de energia do Brasil precisa de investimentos significativos para exista uma modernização e atualização da rede – evitando, sobretudo, as perdas técnicas de energia.
Ainda no que tange à inadimplência, é de se dizer que o aumento do índice também se deve a uma conjuntura de fatores: o aumento da inflação, diminuição do poder de compra da população em geral, aumento da tarifa de energia elétrica, volta da inclusão, por exemplo, do ICMS, entre outros. “Para que haja uma melhora no adimplemento da conta de luz não basta que apenas uma estratégia seja implementada. É preciso caminhar em conjunto – com melhorias técnicas e revisão das tarifas – para que se vislumbre um cenário melhor”, disse Bianca.
Ela inda detalhou como exemplo das consequências práticas da manutenção do índice de perdas não técnicas e de inadimplência, o caso da Light, em que um dos motivos para ajuizamento da medida cautelar em caráter antecedente, e possível postergação do pagamento de suas dívidas, foi justamente o “rombo” que tais fatores podem gerar sobre uma distribuidora de energia.
Perspectivas para 2023
Já para 2023, além do cenário de retração econômica, a Cemig acredita que será impactada pelo retorno da cobrança de ICMS de forma integral na conta de luz, que significa um aumento de cerca de 11% no valor da conta para o consumidor. Apesar dos desafios, a expectativa da companhia é que a inadimplência continue em níveis aceitáveis, com a perpetuação e intensificação das ações implementadas no ciclo anterior e a implantação de novos projetos, com o desenvolvimento de soluções inovadoras e tecnológicas baseadas na análise de dados para destinar recursos de forma otimizada.
Com isso, nas próximas semanas, a companhia irá lançar a campanha “2 Anos sem Conta”, de incentivo a digitalização de seus clientes, estimulando o uso de meios de arrecadação mais modernos e de menor custo. Clientes que aderirem ao pagamento por PIX ou débito automático, fatura por e-mail e uso do aplicativo Cemig Atende receberão números da sorte para concorrerem a até dois anos de conta de luz pagas pela Cemig.
Já a CPFL continuará focada em 2023 na gestão da inadimplência e de perdas, atuando com disciplina. “Pretendemos manter a busca por opções de facilitar ao máximo o pagamento das contas por parte do cliente. Neste sentido o Marketplace CPFL Total continuará oferecendo empréstimos para quitação de débitos de energia de forma inteiramente digital, dos clientes da CPFL Piratininga, CPFL Santa Cruz, CPFL Paulista e RGE. Manteremos as ações de cobrança em níveis necessários para controle da inadimplência e iremos ampliar as ações de combate às perdas, com mais investimento em tecnologia e inteligência analítica. Nosso plano com isso é manter a trajetória de controle e redução dos índices de inadimplência e perdas nas distribuidoras CPFL, declarou o diretor comercial, Rafael Lazzareti.
Para finalizar, a Celesc acredita que acrescentar inteligência artificial na análise de dados, substituição do sistema comercial, inclusão de cobrança ativa automatizada, ampliação dos canais de atendimento e pagamento são exemplos de projetos previstos que adicionados as ações de combate existentes contribuirão ainda mais para redução da inadimplência. O processo de acompanhamento e gestão da inadimplência é contínuo e envolve diversas áreas funcionais da empresa. A análise é constante, tendo como objetivo encontrar gargalos e regiões com maior dificuldade de adimplemento. Realização de conversas com demais distribuidoras e organizações sobre ferramentas e maneiras de facilitar a entrada de recursos também contribuem para o aperfeiçoamento do processo.
De acordo com a companhia, a indefinição do atual cenário macroeconômico do Brasil, associada ao aumento das tarifas de energia elétrica nos últimos anos, representa um aumento no risco de inadimplemento de nossos consumidores, porém a expectativa é que 2023 é positiva e esperamos concluir nossos projetos contribuindo para a redução da inadimplência.